segunda-feira, 4 de abril de 2011

Amarga

Às vezes, é estranha a sensação de me ver tão amarga! De ver que acabei criando um instinto de sobrevivência tão desmedido e ao mesmo tempo limitado somente ao meu prazer e orgulho. Tão cabível e acessível a minha tamanha mediocridade.
Em menos de cinco minutos, eu perco toda a minha paciência. Tamanha é a sua hipocrisia. Descarada e oportunista. Diz e se mostra a melhor pessoa do mundo somente no que lhe diz respeito. Bem, bem mais interesseira e orgulhosa do que eu.
Acabo por perceber, de que estou me tornando igual, ou pior do que ela. Acabei me tornando azeda por ser como ela mesma diz: uma pessoa mal amada. Uma pessoa não desejada. Uma pessoa não querida e não sonhada.
Sempre passei e ainda passo horas me martirizando pelos meus inúmeros erros. Tentando ser mais amena comigo mesma, percebi que este martírio infinito nunca teve ou terá valor. Sempre me importei demais com o que as pessoas pensam, pensaram ou pensarão sobre mim. Calculo inúmeras vezes meus erros e acertos pensando na possibilidade de um dia ser perdoada ou admirada por alguém. Quanto engano!
Despertei há alguns dias atrás, no susto, de que, NÃO. As pessoas não se preocupam/importam/ligam/pensam tanto em mim, assim como eu penso nelas. Na verdade não. Sou eu a errada desta história. Acabo de refinar mais os meus pensamentos. E talvez todas estas pessoas que me cercam estejam certas. É, todas estas pessoas é que são os donos da razão.
Sim, vocês tem toda a razão de não pensarem tanto assim em mim, por que são sempre poucos os meus pensamentos e esforços em relação à vocês.
Não acredito que isso seja maldade. Acredito que isso se tornou minha auto defesa. Não me culpo por isso. Culpo o percurso da minha vida. Foram fortes os ventos que me levaram a ser tão gélida.
Mas como todo inverno, lembro-me sempre e me aproximo ao máximo do verão. Do calor das pessoas, dos desejos da carne e de muitas outras tentações. Tentações estas que são em sua maioria apenas passageiras e lúdicas. Estas experiências acabam sendo para mim, sempre tristes e muito difíceis de serem domadas.
O que realmente se tem para aprender em cada lição que a vida nos prega eu não sei. A única coisa de que sei é que, mesmo estando sozinha, existem ventos fortes e suficientes para me levarem a crêr de que meus sonhos podem um dia tornar-se realidade. Enquanto a mão de muitas pessoas com que eu contei se fecharam e se negaram para mim, muitas outras desconhecidas, mãos que eu nunca pude realmente apalpá-las, se estenderam a mim. Fé? Eu não sei, as coisas boas em minha vida sempre apareceram sem eu esperar, sem eu realmente acreditar de que um dia elas chegariam, mas chegaram. Sou grata a estas pessoas que colaboraram com as minhas pequenas vitórias. Às vezes, é mais fácil e natural estender e receber as mãos de um desconhecido do que depositar confiança em teus irmãos. Alguns de teus irmãos, podem se perder na cobiça pelas tuas conquistas, já os desavisados são bem mais intecionados e focados no bem, pois estes ocupam-se sempre em fazer o bem, sem olhar a quem!