terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Deixem a mula em paz!

- Ei, está pesado! Quanto tempo será que vou aguentar?
São tantas cargas que pareço desmoronar. Não por fora! Está aqui dentro. Tudo muito ocupado e ao mesmo tempo evasivo demais. Sobrecarregada entre as tampas. Não são as dores nas costas que me preocupam. São as dores no peito que abomino que me fazem contestar. Me sinto fraca. Ao ponto de desistir. Totalmente esgotada!
Não são minhas essas dores, ou será que são? Cabe a mim este trabalhoso dilema? Estão logo ali as respostas que eu tanto procurei? Aquelas que passei anos a fio lutando, me empenhando para conquistá-las. E ainda assim, eu as vejo tão distantes. Problemas sem soluções.
Se tudo isso fosse tão somente meu, eu hoje estaria flutuando. Estaria em uma imensidão de satisfação, prazer, delírios e risos incontidos. Mas não! E isso me destrói.
Sinto que posso tocar o céu, mas não com os meus dedos. Preciso de ajuda. Ainda não que diretamente esta ajuda seja para mim. Mas sei que a vitória, o sabor da conquista, seriam meus.
São minhas as noites mal dormidas, cheias de choro e tormentos. Preocupações que invadem minha paz, que me tiram do comodismo. Estaria eu sendo assim tão egoísta? Espero que não.
É algo que desejo não pra mim, mas ele não pode enxergar...não quer enxergar! Meu Deus, abre os seus olhos! Faça-a ampla. Que ela seja capaz de enxergar novos horizontes; e de possuir suas mais belas realezas.
E que este peso seja enfim retirado de mim. Me deixem! E que esta Mula, sobrecarregada tenha um pouco de paz enfim!